Tutoria nas Escolas

São diversas as situações em que se faz sentir a necessidade de um aluno ser acompanhado por um professor tutor, tais como: dificuldades de integração na escola ou na turma; comportamentos altamente perturbadores, nas aulas ou noutros espaços da escola; grandes necessidades educativas especiais.

A existência de professores tutores é tão necessária quão difícil é o exercício do cargo. A boa vontade e o voluntarismo com que os professores se lhe entregam esbarram com um sem número de dificuldades. Começa-se pela formação insuficiente. Continua-se pela busca de estratégias mais adequadas a cada situação, num campo de intervenção que só agora começa a dar os primeiros passos. O desejo de ver os jovens a alcançarem sucesso faz com que, frequentemente, se definam objetivos muito difíceis de alcançar, gerando-se, depois, o desânimo. Há que se ser cauteloso e paciente. Por exemplo: se um aluno é muito pouco assíduo, primeiro é necessário conseguir fazê-lo frequentar as aulas. Só depois se parte para a definição de novos objetivos, com o cuidado de manter a assiduidade anteriormente alcançada.

É também necessária uma grande colaboração entre todos os serviços e recursos que possam estar envolvidos, quer sejam da escola (o Serviço de Psicologia e Orientação, os professores do Ensino Especial, a sala de estudo, os clubes, os animadores de recreio), quer sejam exteriores a ela (o Instituto de Reinserção Social, os Centros de Saúde locais, etc.). Sempre que for possível, a colaboração da família é também de vital importância. Dentro da escola é preciso envolver, em primeiro lugar, o conselho de turma. Os restantes serviços e recursos a envolver serão selecionados conforme as características de cada caso.

Ao professor tutor pede-se que dê um acompanhamento mais atento e mais próximo a um aluno ou a um grupo de alunos. Essa tarefa só pode obter sucesso se ele souber definir bem as prioridades e promover um trabalho de cooperação com todos quantos nele devem ser envolvidos. É também fundamental que ele consiga estabelecer empatia com o(s) aluno(s) a seu cargo, sem com ele(s) e com os seus problemas se identificar, já que muitas vezes a carga emocional se torna demasiado pesada.

Nas nossas escolas, o professor Tutor é muito utilizado no Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF).
A característica fundamental de um sistema tutorial é cumprir a função de elemento de ligação entre a instituição que oferece os cursos e os alunos. A finalidade primária é diminuir a sensação de abandono que eles podem sentir no desenvolvimento das atividades propostas.
Seguindo esta linha de raciocínio, o sistema de tutoria e os tutores devem estar capacitados a captarem as expectativas, necessidades, interesses, formas de aprender e falhas de aproveitamento do aluno.
Cabe aos tutores as funções de:
Motivar e despertar o interesse dos alunos no desenvolvimento das práticas propostas;
Orientar o aluno nas dificuldades que eles encontrem mantendo contato estreito com os professores especialistas;
Avaliar de forma contínua o progresso dos estudantes sob sua responsabilidade;

Conclui-se assim que a acção tutelar constitui uma forma de intervenção, seguindo um plano de acção/intervenção proposto. Após conhecer a metodologia geral de intervenção, o tutor deve considerar quais as suas grandes áreas de orientação: a orientação profissional, as estratégias de aprendizagem, a prevenção e o desenvolvimento integral do aluno.

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